Saiba o que esperar do mercado de criptomoedas em 2022 a partir da análise do especialista em criptomoedas Felippe Percigo.
Para investidores em criptomoedas o ano de 2021 foi um ano de euforia e muitos altos e baixos, com o bitcoin acumulando uma alta de quase 70% e atingindo a sua máxima histórica, 69 mil USD, em novembro, havendo também episódios de saltos de preço de 1.000%, 2.000% em apenas um dia. Mas o que podemos esperar das criptomoedas agora em 2022?
O investidor, professor de MBA e especialista em criptomoedas Felippe Percigo aponta alguns dos prováveis cenários esperados para as criptomoedas em 2022 e alerta que, na verdade, o mercado ainda está vivendo seus dias iniciais. “Essa indústria ainda está vivendo a sua infância e em constante evolução. Por isso, a dificuldade em prever qual proporção ela tomará no longo prazo faz parte do jogo, mas no curto prazo, para 2022, o despejamento em larga escala de investimentos institucionais, a surpreendente multiplicação de startups envolvidas com blockchain e os constantes debates em torno da regulamentação podem dar uma ideia do que vem por aí”, ressalta.
Regulamentação
Segundo Percigo, países no mundo inteiro estão preocupados com o crescimento exponencial dos usuários de criptomoedas. Logo, é possível esperar algum tipo de regulamentação para as criptomoedas a caminho. “Os governos estão buscando entender como podem estabelecer regras para tornar as moedas digitais mais seguras para os investidores e menos atraentes para os criminosos das redes. Na Rússia, por exemplo, o presidente Vladimir Putin está até agora tentando chegar a um acordo com o Banco Central do país, que diversas vezes pediu para impedir as transações e a mineração por lá. Em outra ponta, os Estados Unidos já sinalizaram que não têm nenhuma intenção de proibir as criptomoedas, mas vê como urgente a regulamentação do mercado, especialmente por conta da aceleração das atividades criminosas envolvendo os ativos.”
No Brasil, alguns passos estão sendo dados nesse sentido, como a aprovação na Câmara dos Deputados, no fim do ano passado, do PL 2303/2015, que seguiu para discussão e votação no Senado. “Entre outros itens, o texto do PL estabelece os critérios para enquadramento de empresas na categoria de corretoras de criptoativos e lista uma série de deveres e condições que essas exchanges serão obrigadas a cumprir, como prover informações a órgãos do governo”, aponta o especialista.
Aprovação de ETFs
O desenvolvimento de ETFs (Exchange-traded funds) que são um tipo de fundo de investimento e produto negociado na Bolsa no segmento das criptomoedas, representa uma forma mais convencional de apostar em um mercado tão novo. “São mecanismos que podem impulsionar a adoção de criptmoeda em uma escala maior. “E essa tendência não pára. Em 2022, novos fundos do tipo estão previstos e, embora estejamos ainda no início de março, já existem mais dois ETFs disponíveis na Bolsa de Valores brasileira.”
Crescimento do investimento institucional
Felippe Percigo também ressalta o crescimento do investimento de companhias líderes de diversos segmentos da indústria em criptomoedas e em blockchain. “No início deste ano, os players institucionais fizeram um retorno ao mercado aproveitando o mergulho das criptos para voltar às compras. Segundo a Bloomberg, uma das mais recentes aquisições de moedas digitais vem da gigante da contabilidade KPMG. O braço canadense da empresa teria adicionado BTC e ETH ao seu tesouro. A MicroStrategy, de Michael Saylor, também anunciou que aumentou as suas reservas. A companhia arrematou mais 660 Bitcoins por 25 milhões USD. A empresa teria pago um preço médio de 37.865 por bitcoin, segundo um comunicado. Fintechs como PayPal e Block (antiga Square), comandada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, também apostam abertamente nas criptomoedas, ao permitir que seus usuários utilizem as moedas digitais para fazer pagamentos em suas plataformas. Por isso acredito que a adoção das moedas digitais vai crescer ainda mais no segundo semestre de 2022.”
Metaverso
O metaverso é uma outra fenomenal porta de entrada. Empresas físicas entraram com tudo na disputa por lotes de terra no mundo virtual. “Segundo o JPMorgan, em relatório recente sobre o assunto, o mercado imobiliário digital dobrou de preço entre junho e setembro do ano passado.
Adidas, Samsung, Warner, Nike, Ralph Loren, Itaú, Vans, Gucci, Balenciaga e Disney são algumas dessas estrelas de primeira grandeza da indústria que já aderiram ao hemisfério digital em blockchain. As criptomoedas associadas ao metaverso e aos games foram as que mais se valorizaram no segmento no ano passado. GALA, por exemplo, saltou 52 mil porcento e foi o principal destaque da categoria.”