O produtor e empresário Diego Timbó bateu um papo com o crítico de música Clemente Magalhães no Podcast “Corredor 5” e aproveitou para denunciar a homofobia que acontece nos bastidores da indústria da música no Brasil, “Quanto mais você expressa a feminilidade, mais você vai ser perseguido”, comenta Timbó. Segundo Diego, essa realidade vai desde o meio dos compositores até dentro das companhias. Questionado pelo entrevistador se percebia isso dentro das gravadoras, ele não poupou palavras, “Eu tenho certeza”, dispara o profissional que é já produziu Pablo Vittar, Preta, Iza e outras estrelas.

Durante a conversa que durou cerca de uma hora e meia ele fala sobre o constrangimento que passou em um dia que sentou para colaborar com Luísa Sonza, “Eu vivi uma situação há um tempo atrás que eu estava com a Luísa compondo e era uma composição que só tinham homens heteros sentados compondo, eu tentei dar uma ideia e na hora eu me lembro que uma pessoa me olhou de cara feia. E tentei por mais umas cinco vezes até entender o que estava acontecendo, era sobre não ser escutado, era sobre não ser credibilizado”, comenta Diego que já assinou grandes hits do pop brasileiro.

Em outro momento da entrevista Timbó conta que quase não se tem oportunidades para produtores, empresários e até compositores do movimento LGBTQIA+, e ainda destaca que até as mulheres no segmento são poucas. “As pessoas sabem quem eu sou, conhecem meu trabalho e falam ‘vamos fazer um negócio’, mas eu sei o porque a gente não vai fazer o negócio, eu sei o porque eles não me chamam. E eu sei que gostam do meu trabalho, falam comigo sobre. É porque faço ‘Música Gay’, ‘Dragmusic’ ou qualquer nome bizarro que dão pra isso”, desabafa o empresário que atualmente gerencia a carreira de Cléo Pires e Fiuk.