O icônico LP de Ildásio Tavares e Luís Berimbau, com vocais de Eloah, retorna em edição especial, celebrando a cultura dos orixás.

No dia 16 de setembro, a Rocinante Três Selos relança “Os Orixás”, de 1978, um dos discos mais importantes da história da música afro-brasileira. Uma edição cuidadosa que traz de volta a poesia de Ildásio Tavares, os ritmos de Luís Berimbau e a interpretação sublime de Eloah, em louvação aos deuses e às tradições do Candomblé.

Entre a vivência da cultura negra em Salvador e a experiência universitária, Ildásio Tavares iniciou a sua produção intelectual durante a década de 1970. Após um período nos Estados Unidos, o poeta, escritor, compositor e professor voltou ao Brasil para integrar o corpo docente da Universidade Federal da Bahia, a partir de 1975, fomentando a propagação da literatura africana de língua portuguesa. Desde cedo, Tavares esteve profundamente conectado ao Candomblé, observando a riqueza dos ritmos africanos, de onde tirou a inspiração para fazer daquilo uma música popular.

Em parceria com o multi-instrumentista baiano Luís Berimbau, mergulhou nas tradições e ritmos dos terreiros, resultando em “Os Orixás” — talvez o tratado mais importante da música afro-brasileira em disco pós-”Os Afro Sambas de Baden e Vinicius”. O LP traz 12 faixas, sendo 11 em homenagem aos orixás Exú, Ogun, Omolú, Oxóssi, Logun Edé, Nanã, Oxum, Yansan, Yemanjá, Xangô e Oxalá, além de uma em celebração ao terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. O disco, fruto de uma pesquisa iniciada ainda 1967, se destaca pela fusão rítmica e pela profundidade poética com que Ildásio e Berimbau abordam a riqueza dos toques, cânticos, tradições e lendas dos orixás.

O álbum conta com a voz singular de Eloah (Aeluah Marize Souza Valle), uma cantora paulista de talento raro, cuja interpretação envolvente eleva cada canção a um novo patamar. Eloah deixa sua marca guiando o ouvinte através dos rituais e louvações em cada faixa. “Os Orixás” é um documento sonoro que reverbera a ancestralidade e a espiritualidade do povo negro.

Em sua edição original, o LP trouxe ilustrações de Carybé, um dos mais festejados artistas plásticos do Brasil, e um texto do mestre Jorge Amado. Agora, a Rocinante Três Selos traz de volta essa preciosidade, em uma edição em vinil 180g e envelope com um texto inédito do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros “Lindo Sonho Delirante”. Para colecionadores, admiradores da cultura afro-brasileira, ou para aqueles que desejam se aprofundar na riqueza dos ritmos dos orixás, esta é uma oportunidade de ouro. O vinil estará disponível exclusivamente no e-commerce https://rocinantetresselos.com.

Tracklist

Lado A
A1. Exú (3:41)
A2. Ogun (2:03)
A3. Omulú (2:54)
A4. Oxossi (2:53)
A5. Logun Edé (3:17)
A6. Nanan (3:18)

Lado B
B1. Oxun (2:20)
B2. Yansan (2:27)
B3. Yemanjá (3:01)
B4. Xangô (2:48)
B5. Oxalá (2:54)
B6. Axé Opô Afonjá Alujá (2:46)

Projeto Rocinante Três Selos

A paixão pelo vinil une três grandes nomes do mercado nacional em uma colaboração inédita. A fábrica Rocinante, localizada em Petrópolis, agora prensará uma seleção exclusiva de discos a partir de novembro, em uma parceria com a Três Selos. Esta curadoria, licenciada pela própria Rocinante, conta também com a contribuição da Tropicália Discos, uma loja icônica do Rio de Janeiro com mais de 20 anos de expertise na divulgação da música brasileira.

Essas referências do mercado se unem para apresentar com excelência algumas das obras mais marcantes da música brasileira, incluindo nomes consagrados como Chico César, Gilberto Gil, Pabllo Vittar, Hermeto Pascoal, Novelli, Tulipa Ruiz, Céu e Baiana System. Com um projeto gráfico inovador e utilizando as melhores prensas de vinil do país, essa parceria promete elevar ainda mais a música brasileira, celebrando sua riqueza e diversidade em cada lançamento.